"Nova York, 2007. Lucy Mirando (Tilda Swinton), a CEO de uma poderosa empresa, apresenta ao mundo que uma nova espécie animal foi descoberta no Chile. Apelidada de "super porco", ela é cuidada em laboratório e tem 26 animais enviados para países distintos, de forma que cada fazenda que o receba possa apresentá-lo à sua própria cultura local. A ideia é que os animais permaneçam espalhados ao redor do planeta por 10 anos, sendo que após este período participarão de um concurso que escolherá o melhor super porco. Uma década depois, a jovem Mija (Seo-Hyun Ahn) convive desde a infância com Okja, o super porco fêmea criado pelo avô. Prestes a perdê-la devido à proximidade do concurso, Mija decide lutar para ficar ao lado dela, custe o que custar."
Não sei se isso é bem uma resenha, indicação, ou o quê. É mais uma reflexão que tem acontecido na minha vida nos últimos dias, e que preciso externar de alguma forma.
Assisti a Okja há alguns dias e bem, fazia tempo que uma obra, literária ou cinematográfica, não me fazia refletir algum ato involuntário meu por tanto tempo.
Como carne desde sempre, e nunca me pensei adepta ao movimento vegano/vegetariano, ainda não me imagino adepta, não por não concordar com os princípios, mas por não achar que sou forte o bastante para me tornar adepta a algo tão extremista.
Mas desde que assisti a esse filme não consegui tocar em um pedaço de carne sequer, não consigo nem pensar em um hambúrguer sem cair em uma reflexão interna extensa, a qual inclui inúmeras cenas do filme que eu preferiria esquecer para sempre.
Da história vocês já podem entender o possível, sem spoilers, pelo trailer e sinopse. E, embora pareça uma obra boba, imaginava até infantil, traz uma reflexão profunda a respeito de um assunto, que tem passado cada vez menos, batido.
A produção, mesmo tendo sido feita para transparecer da forma mais leve possível, traz personagens caricatos encenando cenas e motivos fortes. Traz à tona o qual longe o ser humano consegue ir,muitas vezes, apenas para alcançar lucro.
É fácil esquecer o quão bárbaros nos tornamos ao longo dos anos, o quão longe estamos passando daquela questão de "apenas sobreviver". Se um dia vou conseguir comer carne de novo? Não sei, não sei se ainda vou olhar tudo com os mesmos olhos, faz pouco tempo, mas por agora não.
É claro, pode parecer uma coisa impossível ter tirado tantas conclusões, nada conclusiva, à respeito de toda uma vida cheia de certezas sobre o meu carnivorismo. Ainda assim, para mim, muita coisa mudou. Me notei mais humana, talvez mais fraca, talvez mais forte, ainda assim, mais humana.
Para quem ficar curioso, o filme é uma produção original da Netflix:
Beijo e até a próxima meus amores!