FOTOS DA MINHA INFÂNCIA E O RELATO DE UM CRIANÇA FELIZ(?)!

Não tenho muitas fotos minhas, ao menos não mais, quando maiorzinha pois destruí tudo em uma brincadeira de criar murais para o quarto. Pois é... Parabéns Allana, sua peste!

Sabe, olhando para trás, hoje, eu sei que tive uma criação de ouro. Ao menos, tive o melhor do que meus pais puderam me oferecer. Antes, em minha mente, eu só conseguia olhar para os pontos negativos, nunca lembrando que todas as pessoas tem seus pontos negativos, e que criar e educar uma criança é um dos maiores desafios que poderiam ocorrer.

Fui criada em dois lares: o da minha mãe e a do meu avô (Papito). Meu pai e avó faleceram em um curto espaço de seis anos de diferença, e estes outros dois seres humanos citados anteriormente  tomaram para si a tarefa de criar e educar a mim e a minha irmã. Imagino o quão difícil deve ter sido tentar dar um jeito em duas pivetas atentadas como éramos (sério, era demais).

Mamãe Teresinha e Papito Paulo(meus avós paternos). Essa sala hoje em dia é bem diferente, estava nesta disposição apénas quando eu era beeem pequena(como na foto). Então estranho muito essa foto ;) 

Por muito tempo, eu só enxerguei o quão difícil era crescer, na maior parte do tempo, na casa do Papito. Em como eram difíceis as cobranças para ser sempre a melhor, para tirar sempre boas notas e não cometer erros. Mas naquela época, eu claramente não conseguia absorver que ele estava refletindo em mim a forma como ele havia sido criado, em outra época, em meio a dificuldades.

Era difícil enxergar que as cobranças eram a forma que ele conhecia para demonstrar que me amava, e que tudo o que eu poderia querer, eu tinha ali na minha mão, a qualquer hora. Sério, eu era a princesinha(meio que ainda sou :*) do papai, tinha tudo, as melhores roupas, escola, ia aos melhores lugares. Só era superprotegida.

Olhando para trás, hoje, sei que foi difícil passar por muitos momentos, enquanto eu fui uma criança a quem foram atribuídas diversas responsabilidades. Mas ao mesmo tempo, agradeço por ter tido um pai que soube valorizar cada boa nota que eu tirava, que se importava se eu estava doente(ainda hoje, quando sinto qualquer dorzinha, é um alvoroço só... kkk), que não gostava que eu saísse só por ter medo dos riscos que a vida oferece.

Uma foto com meu pai, quando ainda estava vivo, porque ele merece tanto espaço aqui quanto qualquer outra pessoa da minha família <3. Vivi pouquissimo tempo com ele, apenas três anos, mas ainda me lembro das coisas mais importantes, como seu carinho. A bela moça que me tem no colo é minha Mamis <3 Novona, e o rapazinho no chão é meu maninho mais velho. A outra mocinha eu não faço ideia de quem seja, hahaha.

Acredito que tenha sido muito difícil para ele me ver partir, para viver com minha mãe em outro estado. Para mim, muitas vezes é difícil estar longe daquilo tudo. Pois apesar das cobranças e responsabilidades, eu era uma criança feliz, do meu jeito. Nunca vou esquecer das piadas(que sempre têm) na hora  do almoço, e de como ele dizia que eu era dengosa(“ Se sair no sol, derrete, pois é feita de açúcar essa menina”), e de como a cada vez que vou visita-lo ele me pede para voltar.

Os famosos almoços domingueiros :).

Me parte o coração lembrar de como, em meio às semanas atribuladas, nossos fins de semana indo ao sítio, em família, fazendo aqueles almoços em que todos os tios iam, eram divertidos, eram uma pausa em que eu era mais criança do que nunca. Me parte mais ainda o coração, imaginar que existem tantas crianças que não têm esse mínimo de preocupação por parte de seus pais, que não tem carinho ou atenção, que existem muitas que são até violentadas(de diversas formas).

Eu e a minha (peste!) irmã, a Aylla. Olha a cara de anjinhos dessas belas criancinhas que nunca destruíram nada? Difícil acreditar que nessa época ela me batia todo dia, né? hahaha. Este quarto era meu até uns anos atrás, quando fui embora de Teresina. Agora ele pertence à Aylla, que foi embora para lá este ano :(.

Que nesse mês das crianças, possamos valorizar mais a nossa família, que sendo do jeito que são, se esforçaram ao máximo que puderam para fazer da nossa melhor fase, a mais feliz que eles conseguiram. Que mesmo em meio às dificuldades que, eventualmente, poderiam ter acontecido, sempre foram as melhores famílias para nós. Eu amo meus pais e mesmo que eles não sejam os melhores para todo mundo, são os melhores e vieram para mim. E mesmo que hoje tenha falado mais do meu pai, minha mãe é tão importante quanto, viu? É só que hoje bateu a saudade dele mesmo :).

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Um beijo, e até mais!