Quando você disse que não ia voltar para casa pela primeira vez, não acreditei. Tudo bem que a ideia era antiga, e eu sabia que um dia iria acontecer. Mas abrir mão da nossa proximidade, tão imediata, foi mais difícil do que eu imaginava que seria. E olha que sempre me recusei muiiito a imaginar isto.
Sempre achei que eu seria a primeira a me aventurar, e que não sentiria muita falta de nada a respeito da minha vida antiga. Só que sua partida me mostrou coisas que não notei antes. Nunca notei do quanto gostava de nossas conversas a noite, raras, mas gostosas. O quanto o nosso quarto parecia mais aconchegante quando lá ficavam as duas camas. O quanto a casa fica silenciosa sem você, sempre bagunçando tudo. O quanto eu iria sentir sua falta.
É sempre mais fácil acreditar na história menos dolorosa, é sempre muito mais fácil fingir que não se importa com nada. Mas mesmo fingindo, eu sempre me importei,até demais. Quando você aprontava, e a mão ficava achando que coisas ruins poderiam acontecer, eu fingia não me importar, mas estava sempre por trás tentando te aconselhar sem parecer chata, tentando descobrir quem eram seus amigos para ter um vínculo de acesso mais rápido.
Apesar de sempre parecer alheia, eu realmente te amo. E só notei isto depois que você se foi. Só notei agora, que tenho assunto para conversas por mais de uma hora ao telefone com você. Só agora, que me preocupo pensando se está tudo bem por aí. Se você está realmente feliz (penso bastante a respeito). Mas vou deixar tudo isto de lado agora pro fim, só cabe a ti decidir se o que está te fazendo feliz, é realmente a vida que esta levando agora.
O que quero dizer mesmo é: mesmo eu nem sempre tendo sido a melhor irmã mais velha do mundo, me esforcei (indiretamente, mas fiz) para ser. E eu sinto sua falta, mesmo. Espero que dê tudo certo na sua vida (mesmo), e que não esqueça nunca de sua família que está morrendo de saudades.
Beijo!
Oi gente, acho que vocês notaram que esta carta é meio pessoal, então vou contar (só desta vez) que ela é para minha irmã. Esta é a décima sexta carta do desafio em parceria com o blog Entre Ver e Viver , não esqueçam de conferir lá as cartas da Carol, são sempre ótimas.
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Até mais!
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